LUTE COMO UMA GORDA
Quem somos
O projeto ação lute como uma gorda surgiu da necessidade em levar para além da academia, a discussão sobre GORDOFOBIA e os corpos cordos femininos, essa ideia é uma extensão-ação, anexa ao espaço virtual Estudos do Corpo Gordo, etapa importante das investigações de doutorado da idealizadora do projeto Malu Jimenez.
Eu e Malu nos conhecemos em Chapada, no final de 2018, na feirinha da sustentabilidade que acontecia na cidade. Eu expondo o carregadores de bebê (atuava como assessora de babywearing na época também) e ela acompanhando seu companheiro com as delícias que ele produz.
Eu fotografava a feira como forma de divulgar meu trabalho como fotógrafa, e isso fez com que nos conectássemos.
Malu estava em fase de conclusão da tese de doutorado que leva o nome do projeto, e me convidou para um ensaio como parceira.
Essa mulher faz meu coração vibrar de tal maneira que nem pensei em recusar. Obviamente eu topei na hora! Mas não sabia o que ia fazer... rs
Marcamos nosso primeiro ensaio, sem muito planejamento, só deixando fluir.
E foi uma catarse, tanto pra mim que fotografava uma mulher gorda maior pela primeira vez, quanto ela que nunca havia sido fotografada.
Nossa conexão foi tão forte, que a parceria virou uma relação de afeto do tamanho do corpo e luta que essa mulher enfrenta.
Abracei o Lute como uma Gorda como parte de mim, e desde então estamos produzindo materiais juntas, trazendo visibilidade à essa luta e força na discussão sobre gordofobia.
Cada trabalho me transforma um pouco mais... no olhar, cuidado e atenção às mulheres gordas (especialmente as maiores). À esses corpos invisibilizados, estigmatizados e negligenciados.
Lutamos por um mundo sem gordofobia!
Vamos juntes?
Nossos ensaios
Livro - Lute como uma Gorda - 2ª Edição
O livro lute como uma gorda propõe desvendar o universo gordo na contemporaneidade, delatando como esses corpos são concebidos institucionalmente e como essas mulheres gordas se autopercebem, aceitam ou resistem à gordofobia.
“Quando um corpo não está dentro do padrão, ou seja, corpo magro, tido como belo e saudável, é estigmatizado, considerado feio, mau, anormal, doente, fraco, triste e, portanto, excluído socialmente. Essa discriminação é conhecida como gordofobia, tal estigma é estrutural e cultural, transmitido em muitos e diversos espaços e contextos sociais”, explica Malu Jimenez.
A autora utiliza a autoetnografia, o feminismo e a netnografia, que direcionam as análises e a escrita através de três subtemas: o cotidiano, o consumo e os ativismos, os quais apontam que, apesar da cassação dos corpos gordos, muitas mulheres têm se posicionado contra esse ódio e se organizado em coletivos, em ciberespaços e nas ruas, para mostrar que corpos gordos femininos podem superar essa perseguição, resistindo à concepção atual de único corpo possível em nossa sociedade, o magro. A partir da denúncia, levanta uma proposta através do ativismo, de novos saberes na construção de uma episteme diferenciada sobre os corpos gordos, por meio da resistência e de um corpo político que quebre padrões e se coloque no mundo de forma criativa e alegre.
Lute como uma gorda traz além da escrita, um projeto artístico que evidencia a beleza e o lugar da mulher gorda no mundo que foi criado com exclusividade para o livro. As imagens capturadas pelas lentes de Jú Queiroz ganham nova vida com as colagens artísticas de Paula Mello.
Esta é a segunda edição do livro, agora pela Editora Jandaíra, com novo projeto gráfico e novas fotos. Esta publicação inaugura o selo Lute como uma gorda, que discutirá a gordofobia em diversas áreas.